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Todo mundo é de ‘cor’, inclusive os que se acham ‘brancos’

Você já viu algum sujeito branco, mas branco mesmo, como uma folha de papel ‘branca’, tipo um #FFFFFF, em HEX ou em rgb(255, 255, 255), que também nem são tão brancos assim, já que em alguns monitores mais parecem dentes ‘não clareados’ que a cor (ou ausência dela) que deveriam mostrar?

E por falar em RGB, sabe o que a sigla significa? R= Red (vermelho), G= green (verde) e B= blue (azul). Ou seja: até o branco que se apresenta no monitor como tal, é uma mistura saturada de vermelho, verde e azul, resultante da multiplicação dessas cores em sua capacidade máxima a ser exibida em qualquer tela.

E o que é que isso tem a ver com todos nós?

Todos os dias, quando leio alguma notícia sobre uma pessoa de ‘cor’ que foi discriminada, entendo como uma reafirmação da segregação. Enquanto não compreendermos que não existe nenhum branco, branco de fato, e que todos temos, seja lá em que percentual for, alguma tez (tonalidade da pele), seja ela levemente rosada, bronzeada, amarelada, avermelhada, acinzentada ou negra, todos somos pessoas de cor, ora bolas!

Porque? Por que enquanto nos separarmos por cor, raça, religião, partido político, gordo, magro, alto, baixo, bonito, feio e tantos outros adjetivos que mais desqualificam quem os usa, que a quem são dirigidos, não somos nada além de um bando de idiotas, retardados, analfabetos sociais chamados ‘racistas’.

Ah, você vai me dizer que chamar alguém de ‘gordo’ ou ‘esquelético’ não tem nada a ver com racismo. É, em parte, verdade! Mas tem a ver com algo que é a base do racismo: a discriminação, a rotulação contínua e implacável que achamos que devemos aplicar a tudo e a todos imediatamente, de acordo com nossa intolerância.

Sabe o que nos falta de verdade? Falta-nos compaixão, maturidade emocional e social, humanidade e amor, que é o componente principal dos sentimentos acima.

Quando é que vamos aprender a olhar para as pessoas e vê-las simplesmente como seres humanos, ao invés de ‘algo’ que tem uma cor, tamanho e dimensões que são, apenas na aparência, diferentes de nós?

E se você ainda não se fez esta pergunta, aqui vão outras para ir um pouco mais fundo:

  • Qual é o tipo de emoção/sentimento associados ao ato de discriminar?
  • Com quem você aprendeu a ser racista?
  • Será que quando você discrimina outra pessoa não quer é esconder de si mesmo/a, um sentimento de inferioridade profundo e arrasador?

Matizes no Pantone

A riqueza da variedade de cores da pele humana foi documentada pelo artista plástico Pierre David em seu ‘Nuancier’, implementado pela fotógrafa Angelica Dass, que denominou seu trabalho ‘The Humanae’.

Os dois associaram códigos Pantone às cores de peles, o que evidencia a ausência do branco. Claro, meu raciocínio é “apenas” uma grande curtição com a ideia de que ‘branco’ é algo especial, superior, elitizado…

A folha de contatos abaixo, é da Angelica Dass


No site da Angela é possível acompanhar o desenvolvimento do projeto.

Colaboraram: Bruno Sousa e Carlos Sena
Imagens: Angelica Dass, Corbis e Pierre David

Em fevereiro de 2016, Angélica palestrou no TED:

Bosco Carvalho

Bosco Carvalho

Bosco Carvalho é psicoterapeuta, jornalista, publicitário e eletrotécnico. Transita entre as atividades técnicas e as humanísticas com facilidade, pois já exerceu todas as profissões citadas. Dedica-se em sua maturidade a apoiar o crescimento interior de quem se interessa por si mesmo, como psicoterapeuta e instrutor de meditação.

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